10 fatos sobre amamentação que toda mãe e pai precisam saber
- Gilmar Silva
- 25 de mar. de 2017
- 6 min de leitura

Todo mundo sabe que amamentar os bebês é importante, mas na prática não está funcionando. Muitas mães não estão amamentando seus filhos da maneira indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E isso pode trazer prejuízos para a saúde do seu filho enquanto bebê e durante a vida adulta.
A OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses. Além disso, a OMS também recomenda que as mães deem de mamar no peito até os dois anos de idade.
Amamentar protege o bebê de inúmeras doenças durante a infância e a vida adulta e é a melhor fonte de nutrientes para o seu desenvolvimento. O leite materno diminui as chances de obesidade e contribui significativamente para o desenvolvimento intelectual e da confiança da criança. Isso, o leite materno faz a criança mais resistente às doenças, deixa ela forte, e contribui com o desenvolvimento da inteligência e da autoestima. Não bastasse, ainda diminui significamente as chances da mãe vir a desenvolver no futuro doenças como: câncer de mama, câncer de útero e câncer de ovário.
Então conheça 10 fatos sobre amamentação que toda mãe (e pai) precisam saber:
1. Quando começar e quando parar de amamentar no peito? A primeira mamada do bebê deve acontecer ainda no hospital, logo após o parto, de preferência na primeira meia hora de vida. A mãe neste caso ainda não conta com leite materno e sim com o chamado “colostro”. O colostro é um fluido muito líquido, amarelado e quase transparente, que é produzido pela mama, antes do leite materno propriamente dito.
Ele é muito rico em proteína e gorduras essenciais e funciona como se fosse a primeira vacina do bebê. Isso porque o colostro está repleto de anticorpos produzidos pela mãe. Por isso, a primeira mamada é responsável por transferir a informação sobre todos os microrganismos com os quais a mãe entrou em contato durante a vida, um escudo de valor inestimável para o recém-nascido. A primeira mamada também serve para fortalecer o vínculo da mãe com o bebê e para dar início a adaptação da mãe com a amamentação.
O ideal é que a criança seja alimentada exclusivamente com leite materno até os seis meses. Passado os seis primeiros meses, a mãe já deve começar a introduzir alimentos sólidos na dieta do bebê. Mas não como substituto do leite materno, e sim como complemento. A OMS recomenda que as mães deem de mamar pelo menos até os dois anos de idade da criança.
Já o desmame deve acontecer de maneira natural, após os dois anos, de preferência sem ser uma medida repentina. Existem várias técnicas de desmame. Conheça algumas aqui.
2. O leite materno é o melhor alimento para o seu bebê mesmo após os 6 meses As grandes empresas de papinhas e leites artificiais temem o leite materno porque ele simplesmente é um produto melhor e de graça. De acordo com informações do Unicef, mesmo no segundo ano de vida do bebê, o leite materno ainda é importante. 500 ml de leite materno fornecem 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% de proteína e 31% do total de energia que uma criança precisa diariamente.
3. O leite materno diminui riscos de doenças O leite materno é um aliado importantíssimo para a saúde do bebê. O leite materno previne doenças como infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias. Também diminui as chances da criança desenvolver alergias, ter dores de ouvido, além de estimular o crescimento e o desenvolvimento adequado da musculatura oral, ajudando na respiração, deglutição e mastigação. Estudos também apontam que a amamentação adequada diminui as chances do indivíduo, ao se tornar adulto, desenvolver doenças como obesidade, diabetes e hipertensão.
4. A “pega” correta A pega incorreta do bebê é o principal causador das temidas rachaduras e das dores. Por isso ajudar o bebê a ter uma pega adequada é muito importante. A criança não pode abocanhar apenas o mamilo, ela deve abocanhar também boa parte da auréola. A boquinha deve estar bem aberta, com os lábios voltados para fora e o queixo encostado na pele da mãe. Preste atenção também à sucção. A formação de covinhas na bochecha do bebê e barulhos não são sinais positivos.
5. Amamentar de noite Imagine que você até um mês atrás vivia numa caverna escura. Pois bem, dormir ao meio dia ou às 3 da madrugada não faz diferença. É assim com os bebês, eles até “ontem” viviam no útero. Lá eles dormiam e se alimentavam a qualquer hora. Independente de ser dia ou noite. Por isso que os bebês acordam de madrugada para mamar. Não é de propósito, é só o relógio biológico deles que não funciona de acordo com o horário de Brasília. Mas após o primeiro ano de vida, o bebê já começa a experimentar ter noites inteiras de sono, se adequando ao ritmo da família. Além disso, a mamada noturna é importante para a produção de leite.
“Os níveis de prolactina no corpo da mulher são maiores durante a noite, e são as mamadas noturnas que estimulam a fisiologia materna para a quantidade de leite necessária para o dia. Quando a mãe não amamenta durante a noite, ela arrisca ter uma menor produção de leite, muitas vezes a ponto de não conseguir mais amamentar”, esclareceu recentemente o nutricionista Eduardo Szpak Gaievski em artigo para o site Papo de Homem.
6. Identifique o choro de fome Bebês choram. Acostume-se, é assim que eles se comunicam. Mas aprender a identificar cada tipo de choro vai poupar os seus tímpanos. Como? Simplesmente assista esse vídeo:
7. Como armazenar o leite materno Vai chegar uma hora que a mãe vai retornar ao trabalho. Neste caso armazenar o leite será importantíssimo. A mãe pode ordenhar o leite manualmente ou com o auxílio de uma bomba. O processo é demorado e pede paciência da mãe. Mais uma vez o apoio e companhia do pai são fundamentais. Após colher o leite o mesmo deve ser estocado no congelador. Para descongelar, basta aquecer em banho maria. Mas é importante frisar, nos momentos que a mãe estiver em casa, ela deve amamentar no peito. O leite estocado deve servir apenas como substituto para os momentos de ausência da mãe.
8. Mamadeira Não! Não ofereça uma mamadeira. Mesmo nos momentos que você estiver ausente. Elas vão roubar o seu filho do seu seio. Até as que vem com especificações que dizem simular o formato do bico do peito. Porque todas, TODAS, mamadeiras oferecem sucção mais fácil. Seu filho vai negar o seu peito depois que conhecer a facilidade de uma mamadeira. Solução: Por meio de um copinho ou colher. São as melhores opções, pois o padrão motor oral nestas formas de alimentação são mais semelhante ao utilizado na sucção do seio materno. Confira como utilizar o copinho aqui.
9. A importância do pai Amamentar pode ser uma tarefa solitária, monótona, repetitiva e até castigante para a mulher. O apoio do pai é fundamental para que a mulher não opte pelo desmame precoce.
Os pais podem e devem ajudar…
* Sendo presentes, diminuindo assim o isolamento da mãe durante as mamadas; *Sendo participativos, amamentando os filhos enquanto a mulher está no trabalho, ou levando o bebê ao encontro da mãe nos horários fora de expediente (almoço e café da tarde); *Ajudando com os afazeres domésticos, com a troca de fraldas, a marcação de consultas médicas. Ou seja sendo um pai presente.
Colaborando no armazenamento do leite, na esterilização do potinho ou mamadeira (a tentação será grande, mas a mamadeira é só para guardar, não deve ser dada para o bebê). Cuidando do bebê após a mamada. Fazendo a vez de fiscal de arroto.
Conversando com a mulher da mesma maneira que fazia antes do casal ter filho. Falando sobre assuntos diversos, não somente sobre o bebê. A sua mulher não deixou de gostar dos hobbies antigos dela só porque virou mãe.
10. É direito da mãe amamentar em qualquer lugar Recentemente pipocaram na internet relatos de mães que foram hostilizadas por amamentar em público. Uma patrulha com pudor do cuidado mais natural de todos os seres vivos. Mais que um cuidado da mãe, amamentar é um direito da criança. Direito de ter acesso ao melhor alimento disponível para sua idade (e único até os seis meses), a qualquer hora e em qualquer local.
A lei garante esse direito da mãe e do bebê. No estado de São Paulo existe até multa (R$500,00) para estabelecimentos que proibirem mães de amamentarem seus filhos em público.
IMPORTANTE Sabe aquela história de Leite fraco ou insuficiente? Então, não é bem assim. Cada mulher produz a quantidade de leite suficiente para seu bebê e a produção é estimulada conforme a sucção. Com uma pega adequada e estímulo toda mulher produz leite. Mas claro que existem casos de saúde que impossibilitam o aleitamento materno. Casos como: os de leite empedrado, mamilos rachados, mamilos planos ou invertidos, ou a falta de leite devido ao uso de medicamentos como antidepressivos ou procedimentos cirúrgicos como redução mamária. Mas em todos esses casos a mãe pode tratar a causa e vir a amamentar.
* matéria publicada originalmente no site www.paisemapuros.com.br
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